A formação de uma comissão para captação de recursos pelo Executivo, a criação de um Conselho Deliberativo forte para o Inter (única equipe profissional de futebol na cidade), a valorização dos talentos lageanos, e, principalmente, a elaboração de projetos ligados a área esportiva foram algumas das principais ideias abordadas na audiência pública para impulsionar o esporte profissional em Lages, ontem à noite (7), no Plenário da Câmara de Vereadores.
Diversas pessoas que fizeram e fazem a história do esporte no município estiveram presentes na sessão. Atletas como Anacleto, Zé Melo e Bin, craques da história do Inter de Lages, membros da imprensa esportiva lageana, dirigentes e pessoas responsáveis pela administração do esporte compareceram a sessão e discutiram diversos aspectos que emperram o desenvolvimento do esporte profissional em Lages.
Proponente da audiência, o vereador Leandro Môro considerou a realização da sessão como o primeiro passo da luta por um cenário melhor para o profissionalismo do esporte no município. “Vamos ter um resultado positivo se pensarmos positivo. Lages tem todas as condições de ter um representante a nível nacional no futebol, basta ver os exemplos do Criciúma e da Chapecoense”, atestou Môro.
O edil afirmou que um documento deve ser elaborado com base nas propostas discutidas na sessão para os poderes públicos e a classe empresarial lageana. Môro ressalta que é necessário muito comprometimento do poder público, de empresário e dos lageanos para o sucesso da iniciativa e, acima de tudo, paixão pela causa.
Outros vereadores compartilham das mesmas prerrogativas sobre o esporte. Elói Bassin parabenizou o proponente da sessão pela iniciativa e revelou que o tema deve ser debatido ainda mais. Lore Borges pediu organização, seriedade e profissionalismo aos envolvidos para o êxito da proposta. A edil Neusa Zangelini lembrou a questão social e citou que o esporte é um grande vetor para livrar o jovem do ócio e do perigo representado pelo mundo dos entorpecentes.
Entusiasta do esporte, o advogado Kiko Ranzolin elogiou a proposição da matéria. Para ele “o esporte urge por este envolvimento do poder público”. Ranzolin afirmou que o esporte amador em Lages é muito bem administrado pela Fundação Municipal de Esportes (FME), mas que a área de alto rendimento encontra dificuldades. “É necessário qualificação, tanto dos atletas, quanto dos dirigentes e gestores da área, mas, principalmente, o melhor caminho é investir em projetos que desenvolvam o esporte no município para buscar recursos estaduais e federais. Esporte é rentável, interessante e faz bem a sociedade”, comentou.
A audiência tratou, principalmente, da equipe profissional do Internacional de Lages. Com 61 anos de história e um título do estadual da 1ª divisão como maior feito, a equipe do Inter é conhecida nacionalmente como atestou o comunicador Rafael Araldi.
Lageano e torcedor do Leão da Serra, Araldi morou no Rio de Janeiro, onde trabalhou no canal de televisão Esporte Interativo. Segundo ele, o Internacional de Lages era conhecido no Rio de Janeiro. “Se engana quem pensa que a maior marca da cidade é a Festa do Pinhão. É, sim, o Inter de Lages e é preciso explorar melhor esta marca”, afirmou Araldi, que acredita ser necessária uma maior conscientização da classe empresarial quanto às possibilidades de negócio que envolve uma marca esportiva.
Presidente do Internacional de Lages, José Carlos Alves de Medeiros (Brequinho), lembrou da trajetória do clube e de que como ele ajudou a divulgar a cidade. O dirigente revelou as dificuldades inerentes à gestão de um clube profissional e do nível de comprometimento necessário para administrar a equipe. “O futebol está muito profissionalizado, não se pode ser fanático: é preciso trabalhar projetos. A diretoria precisa viver 24 horas por dia o clube”. Brequinho apresentou um projeto a médio e longo prazo para a gestão do Internacional e este deve ser encaminhado à imprensa e aos empresários nos próximos dias.
A conselheira do Inter, Zoeni Antunes do Amaral (Tia Zô), lembrou que um clube de futebol hoje é uma empresa e que este precisa trabalhar com ações. Para ela, o Internacional precisa de um Conselho Deliberativo forte para poder caminhar com as próprias pernas sem depender do paternalismo público. Ela também admitiu a necessidade de uma assessoria jurídica para as associações que administram o esporte, para que este dê o encaminhamento correto para as ações de desenvolvimento do setor.
Presidente da Liga Serrana de Futebol, Lauremir Savedra (Lali) quer iniciativas que fortaleçam o futebol, especialmente, em relação à infraestrutura, como a construção de um Centro de Treinamento integrado a alojamentos para os atletas, para que diminuam custos referentes a alugueis de casas e transporte com os esportistas. Lali acredita ser necessário um maior incentivo as categorias de base para a formação de profissionais de alto nível.
